A Dassault Systemes organizou um encontro para falar sobre o setor de metais e siderurgia, com ênfase em sustentabilidade e tecnologia. Com mediação de Fábio Carvalho, Head de Marketing da Dassault para a América Latina, o debate serviu de preparação para a ABM Week, principal evento dos setores de metais, que acontece na primeira semana de agosto, com a participação da Dassault e da DEEP.
Na abertura, Juliano Lima, diretor da Dassault, falou sobre os desafios e oportunidades que os metais verdes representam para o setor de metais e siderurgia: “Temos conversado bastante com as principais empresas do setor aqui no Brasil. Muitas delas já iniciaram seus processos de transformação e estão avaliando como as tecnologias podem habilitar e sustentar essa jornada”.
Luiz Egreja, executivo da Dassault, ressaltou que a indústria de transformação representa hoje 40% do consumo global de energia e 30% das emissões de gás de efeito estufa e que as estimativas do Fórum Econômico Mundial e do Boston Consulting Group são de que, para que as metas de net zero sejam alcançadas, será necessário um investimento da ordem de US$ 100 a 150 trilhões até 2050.
“Nós atendemos hoje 11 setores industriais diferentes do mundo e em todos eles nós estamos vendo essa tendência. Falando especificamente sobre a indústria siderúrgica, se olharmos os números de uma forma simplista, podemos dizer que é uma indústria que produz gás carbônico e como subproduto faz aço, porque para cada tonelada de aço, produz 1,8 toneladas equivalentes de CO2”, explicou Egreja. “Metade do aço produzido no mundo está na indústria de infraestrutura e construção civil, mobilidade, máquinas e equipamentos. Ou seja, o aço é absolutamente fundamental. São produzidas mais de 900 milhões de toneladas por ano desse material em mais de 900 fábricas ao redor do mundo. Então assim, o impacto é gigantesco e a oportunidade também para quem trabalha com soluções voltadas para ajudar nesse processo de transformação também é muito grande”, completou.
O executivo destacou diversas tecnologias que estão sendo testadas para reduzir o impacto ambiental da indústria do aço: “A H2 Green Steel está construindo uma fábrica na Suécia que deve começar a produzir em 2025 usando o hidrogênio ao invés de carvão, eliminando quase 100% das emissões de CO2 no processo. A americana Electra já está trabalhando em um protótipo para produzir ferro com alto teor de pureza a baixas temperaturas – hoje trabalham a mais de 1600 C. A Boston Metals, que nasceu no MIT e tem uma série de brasileiros entre fundadores e líderes, está prometendo produção baseada em processos eletroquímicos e está construindo em Minas Gerais uma planta dedicada ao aproveitamento dos rejeitos de minérios para gerar ferro e outros minerais”.
A Dassault está desenvolvendo soluções para permitir a inovação e transformação necessárias de forma sustentável, fazendo os testes e validações em um ambiente virtual, antes da implementação na prática.
O CEO da DEEP, Arthur Covatti, falou sobre a importância de um trabalho de mensuração de impactos de qualidade: “Fizemos uma pesquisa sobre qualidade de inventário de emissões no Brasil. Todo planejamento de descarbonização, toda discussão que é feita de inventário, tem que levar em conta uma preocupação da qualidade das métricas, a qualidade da mensuração. É uma grande obsessão que nós temos com nossos produtos: a qualidade de dados, a confiabilidade do número em cima do qual pode ser feito um planejamento, uma integração, uma descarbonização”.
Arthur fez uma análise sobre a pressão sobre a indústria de mineração em relação à agenda ESG: “A pressão vai vir das instituições financeiras, da própria indústria, da sociedade, do governo, da exportação e de normas regulatórias. Essa pressão vai estar direcionada a quatro temas: carbono, solo, biodiversidade e água”.
Falando sobre as ações do governo, o CEO da DEEP projetou a evolução do mercado de carbono no país: “Existe um entendimento que o Brasil vai ter um mercado regulado de emissão. O foco vai ser a indústria. Com certeza, as mineradoras vão entrar nessa régua, com mais de 25 mil toneladas por ano emitidas. Um bom número para se considerar é que cada tonelada significa mais ou menos mil reais. Então, 25 mil toneladas seria uma empresa de 250 milhões de faturamento ano na média.”
Por fim, Leandro Faria, gerente-geral de sustentabilidade da CBA, falou sobre a relação com a DEEP: “A DEEP é um parceiro importante aqui na nossa agenda. Estamos focando com a DEEP soluções de mensuração, de gestão de carbono, mas também imaginamos um futuro com outras oportunidades na agenda de carbono, enfim, é um parceiro valioso para a gente”.
Leandro ressaltou o propósito da CBA de desenvolver soluções em alumínio que transformam vidas e a aspiração de consolidar a CBA como referência em sustentabilidade: “Referência no sentido de construção de parcerias, tanto para aprender, quanto para contribuir. Na estratégia ESG 2030, destaco quatro elementos: produção e oferta de alumínio de baixo carbono; construção de soluções sustentáveis em parceria – com fornecedores como a DEEP e com clientes; desenvolvimento das comunidades no nosso entorno; e em especial na agenda e em toda a nossa estratégia, só faz sentido se for em formato de parceria, se formos juntos. É por isso que a gente engajar a cadeia nos aspectos ESG e também a cadeia de valor para a frente, os clientes, de forma colaborativa”.
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