Parceiros DEEP: Thomas Britze

Um apaixonado por Pessoas, Liderança e Agricultura Sustentável! Com 38 anos de experiência em multinacionais – Bayer, Helm e AMVAC -, 23 deles em posição de liderança, Thomas Britze se declara um eterno aprendiz ("Lifelong learner").  

Sua empresa (PITCH) é especializada em projetos de crescimento, mudança e transformação. Parceiro da DEEP desde o ano passado, Thomas concedeu esta entrevista exclusiva para o nosso blog.  

Vamos começar falando da sua trajetória?  

Você está com tempo? (risos) Fiz muita coisa ao longo dos meus 58 anos de vida. Nasci em Solingen, uma pequena cidade perto de Düsseldorf. Vivi por 35 anos na Alemanha, 4 na Itália, 3 em Portugal e 15 no Brasil, país que eu escolhi para morar.  

Minha primeira paixão – e carreira – foi o futebol. Aos seis anos, meu pai me levou para o SV Weyer. Foi o pontapé inicial de uma história de duas décadas nos campos,  que culminou com três anos no Bayer Leverkusen. Há algumas semanas, tive a oportunidade de voltar a BayArena e conhecer o Xabi Alonso e outros jogadores incríveis da geração atual do clube.  

Como executivo, tenho muito orgulho dos resultados alcançados e, mais ainda, das equipes – de até 500 pessoas – que ajudei a formar e desenvolver. Gosto muito de liderar pessoas e construir equipes de sucesso.  

Em 2022, tomei a decisão de largar a vida corporativa e abrir a minha própria empresa, a PITCH, cuja marca é formada pelas iniciais dos nomes da minha família (dos meus filhos, da minha esposa e o meu). Essa é uma história que eu sempre gosto de contar – afinal, quem pode apresentar sua empresa falando e pensando também na sua família? Eu posso!  

Quando e por que o senhor veio para o Brasil?  

Minha primeira viagem para o Brasil aconteceu em 1999. Naquele momento, eu era responsável pela Bayer em Portugal. Passei pelo Rio de Janeiro e Fortaleza acompanhando clientes estratégicos. No ano seguinte, repetimos a viagem. Depois, voltei para a matriz da Bayer na Alemanha e me tornei responsável pelo portfólio de fungicidas. Viajei várias vezes para o Brasil, que era um mercado muito importante para a Bayer, até a liderança global da empresa me enviar de vez para o país para desenvolver um projeto estratégico na Bayer Crop Science.  

Anos depois, fui para a Helm e, por fim, para a AMVAC. Hoje, meu segundo país é o Brasil. Decidi ficar por aqui. Se nada mudar (nunca se sabe!), pretendo ficar no Brasil pelo resto da minha vida.    

Como surgiu sua parceria com a DEEP? O que já se pode destacar como resultado dessa união?  

Desde o ano passado, trabalho como conselheiro e consultor estratégico. Um dos projetos mais recentes em que eu estou envolvido é justamente a parceria com a DEEP. Estou há poucos meses fazendo parte do time e já consegui abrir várias portas, devido à rede de relacionamentos que construí ao longo dos anos e ao meu DNA de ser um eterno aprendiz – "lifelong learner". Faço muitos cursos no Brasil e fora do país para me atualizar e isso me ajuda a ampliar meu network.  

Nas três empresas pelas quais eu fui responsável no Brasil – a Bayer Crop Science, a Helm do Brasil e a AMVAC do Brasil -, sempre tivemos o tema ESG na nossa agenda. É uma exigência cada vez maior do cliente, da sociedade, dos investidores… A empresa que coloca o tema ESG no topo da sua agenda estratégica tem uma vantagem competitiva muito grande.  

Fiquei muito feliz com o convite da DEEP. Já estamos em contato com algumas das maiores empresas do agronegócio no mundo. Em breve, teremos os primeiros negócios fechados. A maior parte das empresas com as quais nós temos falado são corporações globais. Todas consideraram o tema ESG como estratégico e reconhecem a plataforma da DEEP como inovadora e com um grande potencial de facilitar a vida das empresas na mensuração e divulgação de dados ESG. Nenhuma das empresas globais com as quais interagimos conhece uma plataforma semelhante à da DEEP em seus países. Isso foi uma ótima sinalização!    

O Brasil tem um potencial muito grande no agronegócio e na economia verde como um todo. O senhor concorda com essa afirmação?

Sou defensor do Brasil e da sua agricultura, que abre portas no mundo inteiro. Costumo dizer que o mundo precisa mais do Brasil do que o Brasil do mundo. Essa é uma realidade! O Brasil já alimenta mais de um bilhão de pessoas e tem potencial de mais do que dobrar este número. Então, o Brasil tem tudo para se tornar protagonista no mercado global.  

A agricultura brasileira é uma das mais sustentáveis que existem. A sociedade precisa se unir, defender a agricultura, ter orgulho desse setor gigantesco, tão importante para a nossa economia.  

O Brasil é um país tropical. Se compararmos nossa agricultura com a dos principais concorrentes – Estados Unidos, Argentina e Europa -, já saímos na frente pela possibilidade de ter duas ou até três safras por ano. Em outros mercados, é difícil ter mais do que uma safra por ano. Esse é um grande diferencial a favor do Brasil!  

Outro ponto: 8% da área do Brasil é destinada à agricultura. Praticamente todas as culturas que você imaginar podem ser desenvolvidas no país. Nossa biodiversidade é única! Em várias culturas, o Brasil é líder ou, pelo menos, está entre os três principais produtores mundiais – soja, milho, café e etanol, apenas para citar alguns exemplos.    

O que mudou desde a sua primeira visita ao Brasil? Como o senhor vê a evolução do Brasil nesses últimos 20 anos e quais são os desafios para o futuro?  

É fato que a agricultura avançou muito! Para se ter uma ideia, quando vim pela primeira vez para o Brasil, o mercado de defensivos agrícolas estava na casa de 2 bilhões de dólares de faturamento por ano. Em 2022, alcançou 21 bilhões, ou seja, dez vezes mais.  

O ganho de produtividade que o Brasil teve nesse período também foi fantástico. O Brasil tem uma vocação natural para a inovação. Em muitos temas, como plantio direto e biotecnologia, por exemplo, o Brasil foi pioneiro. Acredito que a agricultura 4.0, a agricultura de precisão, ainda terá um avanço enorme nos próximos anos. Precisamos ainda superar o desafio da conectividade, principalmente nas regiões produtivas. Aí, teremos muito mais recursos e ferramentas para o produzir cada vez mais e melhor.  

Vejo o produtor brasileiro como um guerreiro, um herói. Diferentemente da realidade de outros países, como Estados Unidos, quando há uma quebra de safra, aqui o produtor não recebe compensações, não tem proteção. Ele trabalha como se tivesse uma fábrica a céu aberto, com todos os riscos decorrentes.  

O Brasil tem tudo para dar certo! Vamos chegar lá! 

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