Emissões financiadas

“Até recentemente, a maioria das empresas se concentrava em medir as emissões de suas próprias operações e o consumo de eletricidade. Mas e todas as emissões pelas quais uma empresa é responsável fora de seus próprios muros – desde os bens que compra até o descarte dos produtos que vende? Na verdade, a maioria das emissões corporativas totais vem de fontes do Escopo 3, o que significa que muitas empresas estão perdendo oportunidades significativas de melhoria”. Extraímos esta explicação da própria definição do padrão de Escopo 3 do GHG Protocol (https://ghgprotocol.org/corporate-value-chain-scope-3-standard), a principal referência global para mensuração das emissões ao longo de toda a cadeia de valor. 

E quanto aos bancos? De forma análoga aos demais setores, o impacto da sua cadeia de valor é igual à soma de todas as emissões geradas pelas pessoas físicas e organizações financiadas por eles. Para se ter uma ideia do volume desses financiamentos, de acordo com a NZBA (Net-zero Banking Alliance, uma aliança global de bancos liderada pela ONU – https://www.unepfi.org/net-zero-banking/ -, que tem como objetivo zerar as emissões de gases de efeito estufa das suas carteiras até 2050), os 125 bancos que fazem parte da aliança respondem por um volume de recursos da ordem US$ 73 trilhões, 41% dos ativos bancários globais. 

Este ano, o Banco Central Europeu publicou novos indicadores para emissões financiadas, finanças sustentáveis ​​e o impacto dos riscos climáticos físicos nas carteiras de empréstimos e títulos. Os indicadores de emissões financiadas incluem informações sobre o volume de emissões de GEE dos títulos e carteiras de crédito dos bancos e também sobre a exposição do mercado a concorrentes com modelos de negócios intensivos em carbono (https://fintech.global/2023/01/31/ecb-unveils-financed-emissions-and-sustainable-finance-indicators/). 

Isabel Schnabel, membro do conselho executivo do BCE, disse: “Precisamos de uma melhor compreensão de como as mudanças climáticas afetarão o setor financeiro e vice-versa. Para isso, o desenvolvimento de dados de alta qualidade é fundamental”. 

Outra iniciativa de extrema relevância para o mercado financeiro e para o combate às mudanças climáticas é o PCAF – Partnership for Carbon Accounting Financials. O PCAF é uma parceria entre instituições financeiras, investidores e gestores de fundos de todo o mundo e desenvolveu um padrão global para o cálculo e divulgação das emissões de gases de efeito estufa associadas a atividades financiadas, o Global GHG Accounting and Reporting Standard (https://carbonaccountingfinancials.com/). 

"As emissões diretas das empresas e das instituições financeiras são quase sempre uma fração muito pequena da dimensão real do impacto gerado pelos seus produtos, serviços e financiamentos. Por isso, investimos tanto em métodos de cálculo cada vez mais precisos para mensurar o impacto que realmente importa, o impacto total gerado por uma organização ao longo de toda a sua cadeia de valor", completa Paulo Miranda, CSO e co-fundador da DEEP.

 

 

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