A mãe da Isadora
A primeira palavra da apresentação do perfil de Camila Jobim no Linkedin dá uma pista sobre a personalidade da nossa entrevistada desta edição do “Mulheres de Impacto”: “Mãe!”.
Camila é movida a propósito, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Nascida em Juiz de Fora, Minas Gerais, entendeu desde muito cedo que estamos todos no mesmo barco – o planeta Terra.
Apresentar o currículo de Camila exige um bom número de linhas. A influência da mãe e o amor pelos animais a levaram à faculdade de biologia, que cursou em Juiz de Fora. Estagiou com baleias e macacos, mas também se dedicou à área de educação. Optou pelo mestrado, ainda em Juiz de Fora. Depois, fez doutorado no Rio de Janeiro.
“À medida que aumentava a especialização, mais concentrado ficava meu foco, e mais específico o mercado à minha frente. Percebi, então, que queria ir além da carreira acadêmica. Resolvi dar uma guinada e partir para a educação ambiental. Comecei numa consultoria, na época do Comperj. Tive minha própria consultoria ambiental, em sociedade com minha esposa”, conta.
Apesar do empenho para buscar um espaço no mercado, Camila não quis adiar seu grande sonho: ser mãe. Há oito anos, nascia Isadora:
“Foi uma gravidez planejada. Isadora mudou minha percepção das coisas. Acirrou minha disposição para gerar resultados positivos à sociedade e potencializou meu compromisso com as transformações sociais. Tudo que eu faço é pensando nela. Hoje, só penso em ajudar a construir um mundo no qual ela se sinta feliz e saiba fazer as pessoas felizes também”.
Camila observa que visão do mercado, porém, ainda está contaminada por preconceito. O fato de ser mãe é identificado por muito como algo limitador, um problema: “Ainda é uma visão extremamente machista. É papel da sociedade fornecer às mulheres os meios adequados para que possam exercer, confortavelmente, as duas funções”.
Quando a filha completou um ano, Camila finalizou o doutorado. Em seguida, passou em um concurso, mas não quis se comprometer. Para ela, não fazia sentido ficar longe de Isadora logo nos primeiros anos de vida. Junto com a esposa, saiu do Rio e voltou para Juiz de Fora.
“Tempos depois, veio a oportunidade como analista de sustentabilidade na DEEP e a certeza de que estava no caminho certo. Já cursava engenharia ambiental e o MBA em ESG. Colaborar com a responsabilidade socioambiental das empresas me fascinava bastante. E me fascina até hoje!”.
No início da sua trajetória profissional, Camila trabalhava basicamente na execução de projetos socioambientais, numa parte mais técnica. Foi adquirindo experiência no setor de construção civil e energia. Hoje, reúne sólido conhecimento de frameworks para relatórios de sustentabilidade (GRI, SASB e IIRC), gestão de stakeholders (AA1000) e divulgação de dados de emissões de gases de efeito estufa (TCFD e CDP).
“Na DEEP, comecei focada em métodos de cálculo, aprendendo muito. Por conta do aprendizado, acabei desenvolvendo uma nova vertente: a mensuração dos impactos da realização de eventos, levando em consideração não só as emissões de CO2, mas, também, impactos sociais positivos, como, por exemplo, a geração de empregos temporários. Cada evento tem suas peculiaridades”, explica.
Camila ressalta que a DEEP fornece dados palpáveis para a conscientização das pessoas e acredita que a empresa contribuirá cada vez mais para o mercado brasileiro e se tornará um vetor de disseminação de informação e dados para que as organizações de diferentes setores possam repensar e melhorar sua conduta: “Precisamos pensar – e agir – pela proteção e restauração do meio ambiente e também para que a nossa sociedade seja cada vez mais diversa e que haja menos desigualdade. Quem se importa com o outro, se importa com tudo o mais, inclusive com sua própria sobrevivência”.