Por Paulo Miranda
Ao longo das últimas décadas, vários padrões, regras e formas de divulgar impacto foram criados, de forma independente, por iniciativa de governos e organizações.
Este universo das divulgações ESG vem passando por uma profunda transformação. Para facilitar a compreensão e a comparabilidade dos dados, o ISSB (International Sustainability Standards Board), que é mantido pela Fundação IFRS (International Financial Reporting Standards Foundation), está liderando um movimento de convergência de normas e padrões internacionais, como o SASB, CDSB, ESRS (Europa)* e GRI.
Todos os regramentos começam a se unificar e a ter coesão, principalmente em relação à taxonomia. Saiba mais sobre esses padrões e iniciativas:
Fonte: https://www.kirkland.com/publications/kirkland-alert/2022/05/issb-proposed-framework
ISSB – International Sustainability Standards Board (https://www.ifrs.org/groups/international-sustainability-standards-board/)
Na COP26, em Glasgow, foi anunciada a formação do Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade (ISSB), cujo objetivo seria promover a interoperabilidade das normas e desenvolver padrões globais para divulgações de sustentabilidade centradas nas demandas dos tomadores de decisão sobre investimentos.
Tendo como ponto de partida iniciativas como CDSB (Climate Disclosure Standards Board), TCFD (Força-Tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima) e VRF (Value Reporting Foundation – fusão entre SASB e IIRC), o ISSB está avançando no seu trabalho, que recebeu apoio do G7, G20, Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO), Conselho de Estabilidade Financeira, Ministros das Finanças e Bancos Centrais de vários países.
GRI – Global Report Initiative (https://www.globalreporting.org/)
Com atuação marcante em diversos países, inclusive no Brasil, o GRI possibilita a toda e qualquer empresa – pequena ou grande, pública ou privada – entender e reportar os seus impactos na economia, no meio ambiente e nas pessoas. A organização das informações é simples, facilitada pelos cadernos. A abordagem é declaratória, mas é necessário fornecer também evidências. Caso essas evidências sejam consideradas insuficientes, o relatório não será reconhecido pelo GRI.
CDP (https://www.cdp.net/)
Considerado o padrão-ouro de divulgações ESG, o CDP tem escritórios regionais e parceiros locais em 50 países e é adotado por 20 mil organizações e investidores institucionais cujos ativos somados superam US$ 100 trilhões.
Recentemente, publicamos um artigo com o estudo realizado pelo CDP sobre como as instituições financeiras estão lidando com riscos hídricos – https://deepesg.com/blog-detalhe/cdp-riscos-hidricos .
Veja um resumo dos 20 primeiros anos do CDP:
Saiba mais em: https://www.cdp.net/en/info/about-us/20th-anniversary#34e2d1989a1dbf75cd631596133ee5ee
SASB – Sustainability Accounting Standards Board (https://www.sasb.org/)
O SASB é um padrão de divulgação focado nos aspectos financeiros mais relevantes das companhias e é obrigatório para todas as empresas listadas na Bolsa norte-americana, sejam elas locais ou multinacionais.
Um ponto central no SASB é a matriz de materialidade, na qual são identificados os aspectos materiais (mais relevantes) na mensuração de impacto, nas dimensões Meio Ambiente, Capital Social, Capital Humano, Modelo de Negócio e Inovação, Liderança e Governança, em cada uma das 77 indústrias, de 11 setores, mapeadas.
Matriz de materialidade
As soluções da DEEP foram desenvolvidas para mensurar o impacto de tudo que envolve a operação das empresas e de suas cadeias de suprimento, de forma automática (por integração com os sistemas de gestão) e adaptada a todos os principais padrões globais de divulgação.
* ESRS e CSRD – padrões de divulgação para grandes empresas com atuação na Europa e companhias listadas nas Bolsas europeias – https://finance.ec.europa.eu/capital-markets-union-and-financial-markets/company-reporting-and-auditing/company-reporting/corporate-sustainability-reporting_en