Por Andrea Menezes, Conselheira da DEEP
Recentemente, integrei a comissão de Startups & Scaleups do IBGC. Nos últimos 10 anos, entrei no mundo de startups como investidora-anjo e passei a participar dos Conselhos Consultivos dessas empresas como acionista. Acredito que a Governança tem que ser instalada nas empresas independentemente do seu estágio de maturidade.
De acordo com o IBGC, são quatro os estágios de uma startup: ideação, MVP, tração e escala. É muito raro uma startup implantar um Conselho Consultivo com um membro independente ainda no primeiro estágio. Foi exatamente isso que a DEEP fez em 2020, quando ainda estava na fase de ideação, demonstrando sua preocupação com governança desde o início. Entrei para o Conselho Consultivo como membro independente, muito antes de me tornar acionista. Depois, a DEEP fez uma rodada Seed, constituiu um Conselho de Administração e alterou o formato do consultivo para conselho de mentores e especialistas.
Tenho 27 anos de experiência em instituições financeiras, metade como diretora estatutária. A indústria financeira é uma ótima escola de governança! Quando saí da carreira executiva e resolvi construir um novo caminho como conselheira, fiz certificação no IBGC e uma série de cursos correlacionados ao tema. Sou do Conselho de Administração de um banco familiar, já participei de conselhos consultivos de empresas médias e conselho fiscal. Quero continuar minha jornada participando do nascedouro das empresas, apoiando suas iniciativas de inovação, governança, planejamento estratégico e gerenciamento de risco.
Hoje, existe uma grande preocupação das empresas com a gestão de seus fornecedores e a forma como lidam com as questões ligadas à governança, ao social e ao clima. Muitas vezes, é impossível uma startup passar pelos critérios de seleção das empresas incumbentes contratantes. Por outro lado, essas empresas aprenderam que podem – e precisam – se beneficiar das soluções dinâmicas, flexíveis e ágeis das startups. Nem todas tem um CVC – Corporate Venture Capital. É preciso chegar num ponto de equilíbrio em termos de governança – o excesso engessa e impede que as empresas cresçam de forma estruturada e em termos de gestão de riscos, evitando perdas para o negócio. Nesse sentido, recomendo sempre recorrer ao manual de Governança do IBGC para Startups e Scaleups.