Escrito por Caio Pinheiro Della Giustina
Elaborar um relatório de sustentabilidade é um marco importante para empresas que buscam crescer na maturidade ESG e se tornar mais competitivas (seja por inovação ou seja porque está todo mundo fazendo). Contudo, uma das principais dúvidas enfrentadas por quem vai fazer seu primeiro relato é: qual standard/framework escolher? Essa pergunta não é trivial e deve ser analisada por vários fatores como: o porte, o setor, seus stakeholders e objetivos estratégicos. Vamos olhar rapidamente as mais famosas.
Global Reporting Initiative (GRI)
De acordo com o relatório Reporting Matters Brasil 2023 é o mais utilizado no Brasil. Oferece um conjunto de diretrizes e conteúdos detalhados que permitem às empresas relatar seu desempenho em diversas áreas de sustentabilidade.
Para quem eu recomendaria a GRI?
– Para empresas que buscam alinhar suas práticas com padrões internacionais e atender às expectativas de um público multistakeholder;
– Para quem quer ter flexibilidade de fazer um relatório sem grande rigor (com base) ou quem já tem maturidade na área (em conformidade);
– Para quem já tem uma materialidade definida.
Sustainability Accounting Standards Board (SASB)
O SASB é focado em informações financeiras materiais relacionadas à sustentabilidade. Ele é particularmente útil para empresas que desejam comunicar, principalmente, aos investidores sobre como fatores ESG impactam seu desempenho financeiro.
Quais são os perfis ou públicos para os quais o SASB é recomendado?
– Para empresas que querem focar na comunicação com investidores.
– Para empresas que não conhecem bem sua materialidade, já que o SASB trabalha com um escopo fechado de temas materiais por setor;
– Para quem já responde GRI e quer aumentar a abrangência do relato;
Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD)
O TCFD é amplamente conhecido no meio da sustentabilidade, mas é uma ferramenta ultrapassada. Virou peça de museu.
Para quem eu recomendaria o TCFD?
– Para ninguém que vai começar o primeiro relatório em 2025;
– Se a empresa já utilizou o TCFD, está na hora de migrar para as normas do ISSB
International Sustainability Standards Board (ISSB)
Recente no cenário global, e focado na comunicação com investidores, o ISSB busca harmonizar e integrar aspectos com SASB e o TCFD, em um único conjunto de padrões globais. Inclusive já virou obrigação no Brasil para empresas de capital aberto.
Para quem eu recomendaria as normas IFRS S1 e S2?
– Para empresas que querem globalizar sua comunicação em sustentabilidade;
– Para empresas de capital aberto.
Não existe uma resposta certa para qual standard escolher para seu primeiro relatório de sustentabilidade. O mais importante é iniciar o processo com clareza e compromisso a longo prazo, mostrando aos stakeholders que a sustentabilidade é uma prioridade estratégica.
Tem dúvidas sobre esse assunto? Mande mensagem para um de nossos especialistas!