Com 130 anos, a Elekeiroz é a empresa mais longeva da indústria química brasileira. Líder no mercado de intermediários químicos na América Latina, está presente em diversos segmentos como construção civil, automotivo, náutico, fios e cabos, vestuário e calçados, brinquedos, piscinas, tintas e vernizes. Em entrevista exclusiva para o blog da DEEP, Alex de Moura Campos, Diretor de Estratégia e Sustentabilidade do Grupo OCQ e Elekeiroz,, falou sobre estratégia, ESG e a parceria com a DEEP.
Quando começou a parceria entre a Elekeiroz e a DEEP? Qual era o cenário em termos de sustentabilidade e mensuração de impacto da empresa?
Alex: Foi no início de 2022. Desde 2013, nós já fazíamos a mensuração das emissões pelo GHG Protocol. Mas o processo era feito manualmente, o que gerava um trabalho excessivo, principalmente da área de Meio Ambiente. Além disso, a Sustentabilidade ainda era algo restrito, não era disseminado na organização.
O levantamento e a elaboração dos relatórios eram feitos por um profissional com dedicação exclusiva, mas a extração de dados demandava a participação de outros 60 profissionais. Ainda havia uma fundação contratada para fazer toda a checagem e certificação dos dados. O processo todo levava meses e os dados não estavam disponíveis com a agilidade necessária – o trabalho começava em março e o resultado saia no fim do ano.
Quais são os desafios específicos do setor químico para a mensuração dos impactos da sua atividade?
Alex:Nossa indústria é intensiva em energia. Temos equipamentos que precisam ser mantidos a uma temperatura de mil graus. O tema energia acaba sendo uma vantagem para a Elekeiroz – nós consumimos, mas também geramos e transferimos energia entre as nossas plantas. Inclusive, um deles já produz, através de seus processos internos, 100% da energia térmica que consome. Isso nos ajuda a reduzir significativamente nossas emissões de escopo 2.
Como está a demanda dos clientes da Elekeiroz por informações de sustentabilidade?
Alex: Cada vez maior! Desde que começamos a trabalhar com a DEEP, essa demanda tem crescido por parte dos clientes e fornecedores também. Muitos fornecedores querem entender o que estamos fazendo com os materiais deles, mas, o maior interesse, sem dúvida, vem do cliente, que tem se preocupado cada vez mais com o impacto gerado ao longo de toda a sua cadeia.
Por que vocês escolheram a DEEP como parceira?
Alex: Acho que o principal fator na hora da decisão foi o atendimento. O Arthur (CEO da DEEP) se envolveu pessoalmente no projeto. Como ele fala com muita propriedade e tem muito conhecimento, conseguiu sensibilizar a Diretoria. A equipe da DEEP também estava disposta a comprar o projeto, que, naquele momento, representava um desafio, uma nova frente de integração – com o ERP da TOTVS. Além disso, havia uma possibilidade de mergulhar nas especificidades da indústria petroquímica. A equipe da DEEP entendeu a complexidade da nossa operação e falou: “Vamos trabalhar juntos em todos esses desafios!”.
Que benefícios foram trazidos pela DEEP?
Alex: Hoje, nós temos os dados atualizados com muito mais rapidez e confiabilidade. Antes, as planilhas de Excel não traziam a agilidade necessária para a análise dos dados. Agora, temos a certeza de que os dados saíram diretamente do nosso ERP, o que nos dá mais segurança e facilita os processos de auditoria.
Como você vê a relação entre sustentabilidade e competitividade no futuro do setor químico e petroquímico?
Alex: É um caminho sem volta. Não dá para pensarmos em voltar a uma situação em que o meio ambiente não era uma prioridade absoluta. É algo que demanda a atenção de todos, principalmente as grandes indústrias: aquele mundo não existe mais e as operações vão ter que ser cada vez mais “limpas”. O ponto é quanto os consumidores estão dispostos a pagar por isso. Esta inflexão é um desafio para a indústria em geral e para a economia. Mas acreditamos que empresas e sociedade unidos conseguirão avançar!