Em abril, Rodrigo Turini assumiu a posição de CTO da DEEP. Com mais de 10 anos de experiência liderando times de tecnologia em ambientes organizacionais complexos, Rodrigo teve a oportunidade de colaborar com equipes de diversos países, incluindo Portugal, Reino Unido, Itália, França, China, Japão, Rússia, México e Brasil.
Entusiasta do código aberto, Rodrigo é autor de seis livros sobre linguagens de programação e frameworks, além de contribuições significativas para inúmeros livros didáticos e artigos técnicos.
Nos últimos anos, liderou a estrutura de tecnologia do grupo Alura, e a partir daí, gerenciou projetos em grande escala na Farfetch, supervisionando equipes de desenvolvimento de produtos responsáveis pela entrega e manutenção de soluções para parceiros no Brasil, México e América do Norte.
Com muito orgulho, apresentamos Rodrigo Turini, nosso CTO .
Como você define a sua trajetória antes de chegar à DEEP? Quais foram os momentos mais marcantes da sua carreira?
Rodrigo Turini – Um dos momentos mais marcantes da minha carreira foi a transição de ir de uma startup para uma empresa com mil funcionários. Foi desafiador tanto do ponto de vista técnico quanto de gestão, exigindo que eu desenvolvesse habilidades estratégicas e de comunicação para alinhar equipes globais e diversas. Essa experiência de navegar entre uma empresa emergente e uma já consolidada foi crucial para o meu desenvolvimento profissional.
Quais aprendizados você traz das suas experiências anteriores na Alura e Farfetch que podem ser aplicados na DEEP?
RT – Na Alura, aprendi a importância de liderar equipes. Mas, ao longo do processo, entendi que, mesmo assumindo um papel de gestão, era importante continuar envolvido com a programação e o desenvolvimento técnico, para me manter atualizado com as práticas e tecnologias, e também com iniciativas além do dia a dia da empresa. Essa atitude me levou a entender mais profundamente as necessidades dos desenvolvedores, me permitindo uma liderança mais eficaz e conectada com a equipe.
A Farfetch me expôs a desafios significativos. Aprendi a importância de desenvolver habilidades estratégicas e de comunicação para alinhar equipes de várias partes do mundo, com diferentes hábitos e culturas. Essa experiência me ensinou a ser estratégico nas decisões e a escolher os investimentos certos em tecnologia, algo que certamente aplicarei na DEEP para garantir escalabilidade e eficiência nos nossos processos.
Que estratégias você acredita serem essenciais para liderar com sucesso equipes distribuídas globalmente?
RT – Primeiro, é crucial desenvolver habilidades de comunicação, garantindo que todos, independentemente de sua localização, estejam na mesma página e trabalhando em direção aos mesmos objetivos.
Outro ponto vital é criar uma cultura de desenvolvimento contínuo, onde cada membro da equipe se sinta apoiado e incentivado a crescer e a se desenvolver. Isso envolve estabelecer processos claros, mas sem burocracia desnecessária, para que o trabalho possa fluir de maneira eficiente e produtiva.
Por fim, entender e respeitar as diferenças culturais e de fuso horário é fundamental para criar um ambiente de trabalho harmonioso e inclusivo. Isso significa adaptar as estratégias para acomodar as diversas necessidades e práticas de trabalho dos membros da equipe.
Quais são as suas expectativas ao assumir a posição de CTO na DEEP?
RT – Sem dúvida, enfrentar os diversos desafios e trazer soluções que impulsionem a escalabilidade e eficiência tecnológica da empresa. Espero evoluir as tecnologias existentes, automatizar processos, e aplicar metodologias e frameworks consolidados no mercado, como princípios Lean e de metodologias ágeis.
Também estou ansioso para fortalecer a cultura de desenvolvimento pessoal do nosso time, ajudando cada pessoa a crescer profissionalmente e contribuir ainda mais para o sucesso da DEEP.
O que mais te entusiasma sobre essa nova jornada na DEEP?
RT – Certamente, a oportunidade de trabalhar em um ambiente em crescimento e construção. Gosto da sensação daquele frio na barriga e a inquietação de estar criando algo novo. Adoro a ideia de poder aplicar minhas experiências em um contexto onde posso realmente fazer a diferença e ver o impacto direto do meu trabalho.
Também me sinto particularmente motivado pelo propósito da DEEP e pela possibilidade de contribuir com soluções que tenham um impacto positivo significativo para as pessoas, as empresas, a sociedade e o planeta. Além disso, a chance de evoluir nossas tecnologias, implementar processos mais eficientes, e ajudar a equipe a crescer são aspectos que me animam bastante. Trabalhar com um propósito claro e em um ambiente colaborativo e inovador é algo que sempre busquei.
Como você avalia a área de tecnologia da DEEP?
RT – A DEEP está crescendo. Por isso, precisamos evoluir nossas tecnologias para garantir escalabilidade e automatizar processos. Além disso, estamos reestruturando a nossa solução tecnológica, migrando para uma arquitetura de plataforma, que permite atender diferentes níveis de clientes de maneira mais integrada e eficiente. Estamos evoluindo nossa arquitetura de dados para garantir uma governança e segurança robustas para lidar com a escalabilidade.
Quais desafios em termos de tecnologia para a DEEP e para o mercado como um todo?
RT – A rápida evolução das tecnologias, especialmente em áreas como inteligência artificial e machine learning, apresenta tanto oportunidades quanto desafios. Precisamos nos manter atualizados e capazes de integrar essas tecnologias de forma eficaz em nossas soluções. Outro desafio é a crescente demanda por segurança e governança de dados.
Para enfrentar esses desafios, é essencial promover a integração entre nossas diferentes soluções tecnológicas, facilitando uma experiência mais coesa para nossos clientes. Outro ponto é fomentar uma comunicação clara e eficaz dentro da equipe, garantindo que todos estejam alinhados e trabalhando em sintonia.
Além disso, vamos explorar novas tecnologias emergentes que possam trazer vantagens competitivas para a DEEP, mantendo-nos à frente das tendências do mercado. Outra prioridade será fortalecer nossas práticas de análise de dados, utilizando insights valiosos para orientar decisões estratégicas dos nossos clientes.
Como entusiasta do código aberto, como você vê a integração de soluções open source na DEEP?
RT – Vejo como uma grande oportunidade para impulsionar a inovação e a eficiência. O código aberto oferece acesso a uma grande quantidade de recursos e ferramentas que podem ser adaptados a necessidades específicas, economizando tempo e recursos no desenvolvimento de soluções próprias.
Além disso, a sua utilização promove a colaboração e o compartilhamento de conhecimentos dentro da equipe e com a comunidade global de desenvolvedores. Isso não apenas acelera a resolução de problemas, mas também mantém todos atualizados com as últimas tendências e avanços tecnológicos.
Na DEEP, já adotamos muitas tecnologias de código aberto. Vamos seguir incentivando seu uso, sempre que possível, garantindo que sejam bem integradas com nossas soluções proprietárias e que possamos nos beneficiar de ferramentas e frameworks que já são amplamente utilizados e testados pela comunidade.
Com sua vasta experiência em gestão de equipes, como você planeja desenvolver e capacitar a equipe de tecnologia da DEEP?
RT – Quero estabelecer uma cultura forte de desenvolvimento de pessoas, onde cada membro da equipe se sinta apoiado e incentivado a crescer profissionalmente. Isso inclui oferecer oportunidades de treinamento contínuo, workshops e acesso a recursos educativos que ajudem a expandir suas habilidades técnicas e de liderança.
Também acredito na importância de criar um ambiente colaborativo e aberto, onde a comunicação seja clara e eficiente. Incentivo a troca de conhecimentos e experiências entre o time, promovendo a prática de code reviews, sessões de brainstorming e discussões técnicas regulares. Essas interações são essenciais para fortalecer o aprendizado coletivo e a inovação.
Pretendo ainda implementar metodologias ágeis que facilitem a organização e a execução de projetos, permitindo que a equipe trabalhe de maneira ainda mais eficiente e produtiva.
Finalmente, quero criar um ambiente onde os erros sejam vistos como oportunidades de aprendizado. É importante que a equipe se sinta segura para experimentar e inovar, sabendo que têm o apoio necessário para superar desafios e aprender com suas experiências. Ao cultivar essa mentalidade, acredito que podemos desenvolver uma equipe de tecnologia resiliente, criativa e altamente capacitada na DEEP.
Para encerrar a nossa entrevista, como você acha que a tecnologia pode contribuir para os objetivos de ESG das empresas?
RT – A tecnologia permite a coleta e análise de grandes volumes de dados, o que é essencial para monitorar e reportar métricas de sustentabilidade de maneira precisa e eficiente. Com sistemas bem implementados, podemos rastrear o consumo de recursos, emissões de carbono e outros indicadores em tempo real, facilitando a tomada de decisões informadas para reduzir impactos negativos.
Além disso, a automação de processos pode ajudar a minimizar desperdícios e melhorar a eficiência operacional, alinhando-se à agenda ESG das empresas. A tecnologia pode promover maior transparência e responsabilidade, facilitando a comunicação entre a empresa e seus stakeholders, e garantindo que as práticas corporativas sejam justas e inclusivas.
No que diz respeito à governança, a tecnologia pode fortalecer a integridade dos dados e a segurança da informação, garantindo que as políticas e regras sejam seguidas rigorosamente. Ferramentas de gestão de risco e compliance podem ser integradas para monitorar e avaliar continuamente as práticas de governança, assegurando que a empresa mantenha altos padrões éticos e regulatórios.
Na DEEP, vejo a tecnologia como um facilitador para as empresas alcançarem seus objetivos de ESG, e possam implementar soluções estratégicas que não só atendem às necessidades de negócios, mas que também contribuam positivamente para a sociedade e o meio ambiente.