O PCAF e o cálculo de emissões em carteiras de investimento

Por Lucas Tozetti, Gerente de Produtos na DEEP

O setor financeiro está em constante evolução para se adaptar às demandas de um mundo mais sustentável. A crescente preocupação com o impacto ambiental das atividades financeiras impulsiona a busca por ferramentas e metodologias robustas para a gestão de emissões financiadas, que representam o impacto indireto dos investimentos e empréstimos. 

O PCAF, uma iniciativa global que visa padronizar o cálculo dessas emissões, surge como um marco nesse processo de transformação, possibilitando a comparabilidade entre instituições financeiras.

Mas você sabe o que são emissões financiadas? Elas representam o impacto climático indireto das instituições financeiras, provenientes dos investimentos, empréstimos e outros serviços financeiros que oferecem. De acordo com o CDP,  as emissões financiadas podem ser até 700 vezes maiores do que as emissões diretas das instituições financeiras globais!

O PCAF foi fundado em 2015 por 14 instituições holandesas, cresceu rapidamente e hoje conta com mais de 470 instituições financeiras em todo o mundo. O principal objetivo é alinhar o setor financeiro com o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, garantindo que o impacto ambiental do sistema financeiro seja levado em consideração.

O Brasil tem se destacado na adoção do PCAF, com o lançamento recente de um capítulo brasileiro co-presidido pelo Itaú Unibanco e Banco Bradesco. Essa iniciativa visa promover a colaboração entre instituições financeiras brasileiras, melhorar a qualidade dos dados e alinhar as práticas com as diretrizes nacionais. 

A adoção do PCAF no Brasil é crucial para aumentar a transparência nos relatórios de emissões financiadas, estabelecer um padrão de excelência para o setor financeiro na América Latina, facilitar a avaliação do impacto climático dos negócios financiados, e contribuir para o monitoramento dos esforços de descarbonização do setor financeiro.

O cálculo das emissões de uma carteira de investimentos seguindo a metodologia PCAF envolve alguns desafios:

  • Governança de dados: obtenção de informações sobre a carteira de crédito ou investimentos em uma certa data de posição;
  • Consolidação de dados públicos: informações sobre as empresas investidas, incluindo dados financeiros, como valor de mercado e dívida, e dados de emissões de GEE;
  • Correspondência entre dados: em algumas ocasiões, os dados financeiros e de emissões GEE estão disponíveis, mas não são correspondentes. É necessária uma análise de qualidade antes de utilizá-los no cálculo;
  • Aplicação diligente da norma: utilização correta da metodologia descrita nos standards para diferentes classes de ativos;
  • Grande volume de dados: grandes instituições financeiras possuem carteiras de investimentos robustas, o que impossibilita a utilização de planilhas para realização do cálculo ou visualização de resultados.

A DEEP já mensura cerca 15% de todo o crédito para empresas no país, o que equivale a 6% de toda a emissão gerada no território brasileiro. 

Oferecemos uma plataforma modular que permite mensurar, gerenciar e relatar as emissões financiadas de forma completa, simplificando a gestão de riscos climáticos e o desenvolvimento de estratégias de financiamento sustentável. 

Acelerando a agenda climática no Brasil, podemos auxiliar na construção de um futuro mais sustentável para todos.

Search

CONHEÇA NOSSA ESCOLA ESG

COMECE AGORA SUA GESTÃO ESG

FIQUE ATUALIZADO SOBRE ESG, ASSINE NOSSA NEWSLETTER

ACOMPANHE NOSSAS REDES SOCIAIS

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

For security, use of Google's reCAPTCHA service is required which is subject to the Google Privacy Policy and Terms of Use.

Outras Notícias

whats

Preencha o formulário abaixo