Entenda a complexidade dos diagnósticos de emissões do escopo 3 – a solução DEEP

Ainda não obrigatórias em inventários feitos por empresas, as emissões indiretas de gases de efeito estufa (GEE) podem esconder o maior impacto deixado no ambiente por uma organização. Listadas no chamado escopo 3, que rastreia a cadeia de fornecedores de maneira geral, essas emissões são difíceis de serem calculadas e, portanto, reduzidas.

Estima-se que, nos setores da economia, as emissões de escopo 3 sejam de 10 a 20 vezes superiores às de escopos 1 e 2. Isso pode ser maior para as empresas que atuam no ramo de serviços ou menores para aquelas dos setores primário e extrativo. Alguns exemplos vêm das gigantes da tecnologia. A Amazon reportou que 78% de suas emissões em 2019 eram de escopo 3. Já a Netflix calcula que metade das 1,1 milhão de toneladas de CO2 tenha vindo de fontes indiretas em 2020. O caso da Apple é ainda mais emblemático: 98% de suas emissões ocorrem fora dos portões da organização, o que demonstra a importância de medidas efetivas voltadas para a cadeia de fornecedores.

É quase consenso que, para uma empresa, não é possível desenvolver uma estratégia de baixo carbono efetiva sem um retrato fiel do escopo 3. Embora haja um guia internacional estabelecido pelo GHG Protocol (ver link), que abrange quinze categorias que computam dados upstream (o que ocorre na pré-fabricação) e downstream (o caminho do produto depois que sai da empresa), a realização desse inventário pode ser bastante complexa.

Das fontes de emissões consideradas de escopo 3, algumas são mais simples de serem apontadas, como “viagens a negócios”. Mas quando se trata de estimar as advindas de “bens e serviços”, por exemplo, a conta parece mais desafiadora –  somente 30% das empresas nos Estados Unidos, por exemplo, incluíram essa fonte em relatórios reportados ao CDP, Carbon Disclosure Project.

Nesse cenário de alta complexidade, o método DEEP traz a possibilidade de conectar sua plataforma à do cliente e calcular as fontes de emissões com base em cada transação financeira que a empresa faz. Quando se trata da medição da cadeia upstream nas categorias de “transporte de funcionários” e “bens e serviços adquiridos”, por exemplo, a solução desenvolvida pela DEEP combina dados publicados de emissões com dados econômicos e utiliza os métodos científicos mais robustos para extrair as informações. Tudo isso a partir de uma transação financeira da empresa ou qualquer fato contábil existente.  

Até então, essa coleta de dados, quando feita, era maioritariamente de forma manual numa jornada árdua junto a fornecedores, resumidos em inúmeras tabelas e planilhas. Além disso, empresas diferentes costumam adotar metodologias diferentes, o que pode resultar num inventário impreciso e impossibilitar a comparação dos dados entre organizações.

“Geralmente, as empresas que incluem o escopo 3 em seus inventários selecionam os fornecedores mais relevantes e buscam parceria para calcular. Isso gera estímulo para reduzir emissões”, comenta Linda Murasawa, sócia-diretora da empresa Fractal Assessoria de Negócios, especialista em sustentabilidade e membro da Grupo de Conselheiros Especialista da DEEP.

Segundo o CDP, duas abordagens são mais comuns para calcular as emissões na categoria de “bens e serviços adquiridos”: pedir aos fornecedores que divulguem as emissões associadas aos bens ou serviços que fornecem; usar um modelo econômico de insumo-produto ambientalmente estendido. O problema é que os dados podem chegar até o analista que cuida do inventário bastante despadronizados, já que cada fornecedor costuma calcular suas emissões de maneira diferente. 

matriz insumo-produto é considerada um bom caminho para as companhias que desejam iniciar a medição do escopo 3, mas é preciso ir adiante e considerar uma uniformidade metodológica no relatório. E, nesse ponto, também a solução desenvolvida pela DEEP oferece transparência e confiança de que esse padrão será adotado ao longo de todo o processo. 

“O cliente da DEEP pode utilizar a plataforma não só para ele, mas para a cadeia de fornecedores. Esse grau de rapidez e acurácia é muito importante e pode ajudar uma empresa a escolher qual fornecedor manter e qual excluir com base na sustentabilidade”, analisa Murasawa.

Embora voluntária, a decisão de informar essas fontes poluidoras é encorajada. A boa gestão da reputação é vista como um benefício importante: não basta dizer que os produtos de uma empresa são de baixo carbono, é preciso mostrar que essa qualidade alcança a cadeia de fornecedores. Outra vantagem é o potencial de largar na frente na implementação de regulações futuras, já que o padrão ESG avança e medidas de descarbonização começam a virar exigência dos consumidores (ver exemplo).

Além desses pontos, os resultados preliminares trazidos pelo novo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o AR6, reforçam o peso do setor privado para desviar o planeta da rota de aquecimento de 4ºC até o fim do século, que é o cenário mais certo de acordo com o nível de emissões globais atuais. É esperado que as empresas reduzam drasticamente sua carga de poluição e, como demonstrado pelos exemplos de diversas organizações, isso só será possível com um preciso relato do escopo 3. Só assim será possível descarbonizar a economia na velocidade que a humanidade precisa.

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