O estudo intitulado “Procedimento para estimar variâncias e covariâncias de emissões e inventários de GEE”, realizado pelo time de pesquisadores da DEEP, foi reconhecido e publicado pela revista Carbon Management.
A editoria da revista é chefiada por pesquisadores de renomadas universidades e institutos da Inglaterra, EUA e Índia, e a publicação é feita em parceria com o GHG Management Institute, com sede nos EUA.
O objetivo do estudo foi determinar a metodologia para cálculo da média e variância da emissão total de CO2 de múltiplas fontes utilizadas por uma empresa ou corporação. A metodologia é aplicável para cálculo desses parâmetros para outros GEEs (gases de efeito estufa) para determinar um valor confiável de margem estatística para inventários de emissões de GEEs.
Trata-se de uma melhoria em relação aos procedimentos existentes, que presumem independência entre as emissões de cada diferente fonte. A metodologia proposta parte da análise da correlação entre as emissões advindas das atividades, matérias-primas e outras entradas da operação de uma empresa e permite a consolidação dos inventários de diversas unidades ou operações.
Acesse a publicação completa: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/17583004.2022.2086486
Para ajudar a entender o propósito deste estudo e o importante avanço que ele representou, no sentido de tornar os dados de impacto cada vez mais confiáveis, apresentamos o Prof. Dr. Ernesto Marujo, professor do ITA e membro do conselho de especialistas da DEEP, que traz um exemplo hipotético, baseado em situações reais:
“Uma empresa tem quatro fontes de emissão de carbono: queima de bagaço, de palha, de outros resíduos e de GLP. Conforme as medidas in loco, durante um ano, essas fontes geraram, respectivamente 100, 200, 300 e 400 kg de CO2e. Em condições normais, todas essas medidas médias estão sujeitas a uma incerteza de 20%..
A emissão total média é realmente igual à soma das emissões médias de todas as fontes – 1000 kg. Um tratamento simplista e muito comum é considerar que a emissão total está sujeita à mesma incerteza de cada componente, ou seja, 20%. Mas, considerando que o valor da emissão de cada fonte seja independente daquela gerada por outra fonte, conseguimos calcular a verdadeira incerteza no total emitido: 11%.
Considerando intervalos de confiança de 95%, os cálculos simplistas apontariam uma emissão entre 608 e 1392 kg de CO2e. Usando a metodologia apropriada, proposta pelo estudo, chegamos a um intervalo significativamente mais preciso, entre 785 e 1215 kg de CO2e.”
“Existe uma tendência irreversível de aumento na exigência de precisão e confiabilidade nas informações de impacto. Este estudo mostra que a DEEP tem um papel pioneiro na preparação das empresas para este futuro”, explica Arthur Covatti, Cofundador e CEO da DEEP.